Conta-se que numa região ao sul do Algarve,junto à costa
atlântica bem conhecida pelas suas penedias recortadas
viveu em tempos longínquos em rei mouro de nome Benagil,
que tinha uma filha muito formosa, a princesa Alfanzina.
Gostava a princesa de passear junto ao mar.
Num belo dia encontrou um garboso moço,
chamado Carvoeiro, por quem se apaixonou.
Os encontros quase diários dos dois namorados começaram a ser notados.
Certo dia foram surpreendidos pelo rei mouro,
que se opôs ao idílio dos jovens Alfanzina e Carvoeiro.
Afastados temporariamente, sentiram desejo de comunicar as suas angústias
e procuraram refúgio no lugar chamado Algar-Seco.
Ambos emocionados abraçaram-se sem reparar que são vigiados
e seguidos pelo rei mouro que, enfurecido com a desobediência da filha
trespassa o moço com a sua adaga, tirando-lhe a vida.
O corpo do infeliz cai ao mar e é levado pelas vagas.
Desde então a princesa Alfanzina refugia-se no local
que foi cenário da sua tragédia e,
trazendo o seu alaúde expande as suas mágoas.
Chorou copiosas lágrimas que pouco a pouco
vão caindo na rochae ai cavam pequenas aberturas,
por onde as águas do mar se vêm juntar às lágrimas da princesa.
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